Quando há algum problema com a tireoide, como o hipotireoidismo e hipertireoidismo, é necessário acompanhamento médico e medicamentos para fazer a regulação dos hormônios.
A tireoide é uma glândula essencial para o bom funcionamento do corpo, já que regula os hormônios tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), presentes nos processos de ciclo menstrual, humor, memória e concentração. Assim, a tireoide atua durante todas as fases da vida, produzindo essas substâncias que regulam nosso metabolismo.
Segundo pesquisa da Science Alert, revista de divulgações científicas, divulgada pela empresa de saúde e bem-estar Merch, 1,6 bilhão de pessoas no mundo podem ter algum distúrbio na tireoide.
Além disso, muitas pessoas são afetadas pelo hipo ou hipertireoidismo, mas ainda não foram diagnosticadas, não começaram tratamento ou não obtiveram bons resultados com o remédio. No entanto, é importante começar ou continuar acompanhamento com um endocrinologista, já que os distúrbios da tireoide trazem reflexos para o organismo.
Afetando um número considerável de mulheres, um dos distúrbios que uma tireoide desregulada causa é a queda de cabelo. Apesar de não ser um sintoma grave ou perigoso para a saúde, pode afetar gravemente o bem-estar e autoestima de mulheres, fazendo com que se recorra a tratamentos medicamentosos ou estéticos para evitar a queda dos fios.
O que é hipotireoidismo?
Hipotireoidismo é a condição em que a tireoide não produz os hormônios T3 e T4 em quantidades adequadas para o funcionamento correto do organismo. Apesar de ser mais comum em mulheres, pode afetar qualquer pessoa, independente da idade.
Neste caso, o paciente apresenta sintomas como prisão de ventre, fadiga e problemas de memória. Além disso, a maioria dos afetados pelo distúrbio relatam aumento do peso, pele ressecada e até aumento do colesterol ruim (LDL).
No caso das mulheres, o hipotireoidismo pode causar a queda acentuada dos cabelos e menstruação irregular. Porém, em qualquer tipo de paciente, o tratamento consiste na ingestão de hormônios sintéticos (idênticos ao biológico), a fim de regular o organismo.
O que é hipertireoidismo?
Oposto ao hipotireoidismo, neste distúrbio, a tireoide produz os hormônios T3 e T4 em excesso, mas mesmo assim, a queda de cabelo é um sintoma comum aos dois problemas. O hipertireoidismo tem maior frequência em mulheres férteis (na faixa etária dos 20 a 40 anos).
Pode surgir com a grande ingestão de iodo, usado para a produção dos hormônios T3 e T4, aparecimento de nódulos, ou medicamentos e outros distúrbios autoimunes.
Seus sintomas incluem tremores, insônias, ansiedade, agitação, perda de apetite, diarreia, fraqueza muscular e fotofobia (irritação à luz). O quadro também precisa de acompanhamento de médico endocrinologista, que prescreverá um tratamento para o caso.
Como doenças na tireoide podem afetar o crescimento e a queda capilar?
Agora que você viu que os distúrbios hipertireoidismo e hipotireoidismo funcionam de forma contrária, mas que ambos têm em comum a queda de cabelos como um dos sintomas, pode se perguntar como a tireoide influencia a saúde dos fios.
O hormônio T4 é o hormônio responsável pelo metabolismo, temperatura do corpo, humor, entre outras funções. Já o T3 regula o controle muscular, funções digestivas e atua no desenvolvimento cerebral e funções digestivas. Assim, vê-se que ambos são fundamentais para o organismo.
No entanto, uma produção deficiente ou em excesso pode desencadear o eflúvio telógeno. Para compreender do que se trata, é necessário saber o ciclo de vida dos fios de cabelo tem três fases:
- Fase de crescimento (anágena) – duração de dois a sete anos, época em que o cabelo cresce até dois centímetros por mês.
- Fase de repouso (catágena) – duração de até três semanas, período em que os fios param de crescer.
- Fase de queda (telógena) – duração de dois a quatro meses, em que cerca de 50 a 100 fios desprendem-se. Essa queda dá à raiz um descanso até que o ciclo se reinicie.
Assim, o eflúvio telógeno ocorre quando os folículos passam todos ao mesmo tempo para a terceira fase, a da queda. Com isso, até 70% dos fios podem ser afetados, caindo antes de completarem todo o ciclo.
Vale ressaltar que não são só os problemas de tireoide que causam o eflúvio telógeno, como a Covid-19, que trouxe o termo à tona, já que uma das sequelas da doença é a queda de cabelos.
Além disso, o eflúvio telógeno é diferente da alopecia feminina, já que é um quadro temporário e reversível, que ocorre em resposta a algum acontecimento no organismo, enquanto a alopecia não é temporária, mas configura-se na queda gradual e constante dos fios.
Hipotireoidismo ou hipertireoidismo podem causar queda excessiva de cabelo?
Como hormônios essenciais para a regulação do corpo humano, o T3 e T4 em excesso ou em deficiência podem causar a queda de cabelo em excesso. Porém, essa queda não se refere, necessariamente, apenas aos cabelos, mas também aos pelos do corpo.
Assim, o hipotireoidismo ou hipertireoidismo podem causar queda de cabelos, notáveis pela mudança no couro cabeludo, que se torna mais vazio, formando “buracos” circulares. Além disso, também pode-se notar mudanças na textura dos fios e perda da sobrancelha.
Como amenizar a queda de cabelos por doenças na tireoide?
O quadro da perda de cabelo por distúrbios da tireoide pode ser mais ou menos grave. Caso a queda de cabelos seja causada apenas pelo desequilíbrio hormonal, o tratamento indicado pelo endocrinologista poderá reverter o telógeno eflúvio, fazendo com que os cabelos voltem a crescer, ainda que possa demorar um pouco.
Porém, se a queda de cabelo também for associada a outro problema de saúde, como uma doença autoimune que causa problemas na tireoide, o quadro pode ser irreversível ou mais difícil de se tratar. Alguns casos podem até desencadear alopecia areata e uma solução apresentada para as mulheres é o implante capilar feminino indireto.
Para amenizar a queda, é necessário tratar, primeiro, a fonte dos problemas. Assim, tomar os medicamentos de hipo ou hipertireoidismo é a base de todo o processo. Além disso, verifique os níveis de ferro no sangue, já que esse nutriente é essencial para o crescimento dos cabelos (por isso, anêmicos também têm queda de cabelo).
Conferir outras vitaminas, como B12, zinco, selênio e biotina também pode te ajudar a descobrir se a queda é por falta de nutrientes. A análise dos hormônios andrógenos também é importante, já que eles influenciam diretamente no ciclo de vida dos fios.
Se todos os exames estiverem em dia, invista em uma alimentação melhor, cheia de nutrientes, vitaminas e minerais. Se o endocrinologista recomendar, não tenha medo de consumir fontes de colágeno.
Além disso, uma das formas mais eficazes de se conquistar de volta as madeixas, aumentando a autoestima é o implante capilar. Pacientes de qualquer tipo de queda de cabelo, após entenderem sobre seu caso, podem recorrer aos implantes para resultados permanentes e satisfatórios.
Já em termos de rotina, caso perceba a queda dos fios, evite fontes de calor no cabelo, assim, seque os fios com ar mais frio do secador, evitando passar pranchas, por exemplo. Beber água e evitar o estresse também são passos simples em uma rotina que ajudam na saúde do cabelo.
Viu só como a tireoide, uma glândula pequena no corpo, é tão importante para o bom funcionamento do seu organismo e saúde dos cabelos? Por isso, procure sempre manter um estilo de vida saudável, bem como fazer exames de rotina. Compartilhe com uma amiga para informá-la sobre a relação dos distúrbios de tireoide com a queda de cabelo.